Quando a lágrima cai
como um ráio
em dia de brigadeiro
vira
um oceano
em meu rosto
Às vezes um fio
de navalha
sulcando minha cara
esfacelada pela surpresa
Às vezes, um rio
de sal quente
incrustando-se no
canto de minha boca
pororocas mil de
sentimentos assenzalados
Outras vezes,
catarata ou
pedra rolando na
face despreparada
trazendo um mar de fel
em língua inculta
laço eterno
em minha garganta
Ou, então, rio subterrâneo em
minha pele mulata-índia-de-negro
jorrando do redemoinho
náutico
cantares, sopros, rezas
para minha alma perdida
de mim:
- Negritude.